A PRIMEIRA CASA A GENTE NUNCA ESQUECE

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Não precisei comprar móveis pra morar ali. Apenas, entrei e me instalei. O espaço era amplo, porém escuro e havia muitos sons o tempo inteiro.
Nunca me cobraram um só aluguel e, durante todo o tempo que morei lá, recebi alimentos da dona da casa, que muito preocupada, selecionava o que eu podia comer pra me fazer bem. Acho que o conceito de spa foi inspirado nela: Conforto, relaxamento e alimentação de qualidade o tempo inteiro. Foram meses de muita mordomia!
Com o passar do tempo, porém, o espaço foi ficando pequeno. Passei a incomodar a dona da casa, que já não via a hora de eu cair fora dali. Saí daquele lugar seguro, literalmente puxada a ferro. Estava tão bom que queria ficar mais tempo, mas não teve mesmo jeito: Tive que nascer.
Fui recebida na porta por um senhor de branco, que nem me conhecia, mas me deu uma solene palmada de boas vindas. Como assim? É claro que chorei! E minha mãe também! Mas isso só reforçou nossos laços. Então, toda vez que o bicho pega aqui fora e, na total impossibilidade de voltar para aquele lugar mais que seguro, fecho os olhos e penso no tempo em que deitar no colo de minha mãe ou simplesmente abraçá-la me remetia à maravilhosa idéia de que estaria blindada de todos os males do mundo.
Agora, estando tão próximo de mais um Dia das Mães, só tenho a agradecer a Deus pela mãe, que tenho e pela bênção, que recebi de poder também ter sido a primeira casa de outras duas pessoas. E tal qual a minha mãe, tento demonstrar às minhas filhas com atitudes e palavras que estarei sempre com meus braços e coração disponíveis para ser o seu porto seguro, tentando blindá-las dos males do mundo com o meu poderoso amor de mãe.
Ceiça Schettini

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